sábado, 11 de junho de 2016

Uma dança desajeitada

A música estava alta, eu nem escutava as palavras que saiam da minha boca,
Ninguém poderia escutar, o som cobria tudo,

Mas ela estava lá me abraçando, apoiando a parte de baixo das minhas costas e minha cintura contra o pequeno muro do segundo andar.
Não seria para mim desafio algum cair para o outro lado, mas eu queria cair em outro lugar...

Eu falava sem me ouvir, e ainda assim ela me olhava com aqueles olhos perfeitos e mexia os lábios em resposta,
Eu não ouvia som, mas eu sabia que era um "eu também te amo"
E então nós beijamos.

Eu poderia cair do muro e pousar violentamente contra o frio chão do primeiro andar, com pessoas me olhando como se fosse um grande desastre, mas não seria, não haveriam lágrimas ou dores na minha perda. Eu poderia, mas eu não quis,eu não pude, eu não vou... Os olhos dela me puxavam, eles me amarravam e então quando eu via já estava caído dentro de seu corpo, era esplêndido.

Foi como amor de verdade, que eu nunca senti,
Nos paramos por um segundo com os rostos próximos o suficiente para que eu sentisse seu ar, seu calor e sua energia...
Ela correu os olhos, da minha boca até meus olhos, novamente, novamente... Novamente.
Eram olhos sérios e sexys,eu sentia puro desejo naqueles olhos, era como estivesse me tomando para si, e eu só queria ser dela.
Eu à puxei e beijei sua boca, mais de uma vez, mais de uma meia dúzia de vezes, e se dependesse do meu voto, eu nunca pararia!

Quando vimos já estávamos no meio do corredor, abraçados e com um punhado de olhares curiosos.

Olhei-a do pescoço até as orelhas, e enterrei meu rosto em seu ombro.

Dançamos então nossa valsa confusa e distorcida, mas que não era ruim para mim, era a nossa dança desajeitada.

Ela segurou minha mão e sorriu,
Voltamos então ao muro.

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