segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O Grande escritor-Parte 1

O grande homem anda pelo palco em direção ao outro homem velho que segura um troféu  em forma de livro.

Uma voz feminina anuncia de repente:

-O vencedor do troféu de escritor do ano é Christopher Blood, por seu incrível livro “Um romance inusitadamente psicótico”.

Christopher agora sorri ainda mais, um sorriso longo de satisfação e euforia, ele avança ate ter o seu premio em mãos, então o ergue para que todos possam ver sua conquista, uma conquista que custou dias escrevendo seu livro, foi um trabalho enorme e difícil, mas no fim, teve sua recompensa.

Um dos homens vem e lhe entrega um microfone, sussurra instruções, diz para falar um pouco sobre o livro e depois sua inspiração, Christopher então faz sinal de positivo com a cabeça e o homem sai do palco.

Ele começa:
-“Um romance inusitadamente psicótico” foi um livro muito trabalhoso, com o romance de um maníaco psicótico que prende uma mulher no sótão de sua casa e a tortura, então ele se apaixona por ela, um trabalho que se eu posso dizer, foi insano. Obrigado a todos por terem lido minha obra, pelas criticas e claro pelo premio.

Uma onda de palmas de todos os cantos surge e logo para assim que veem que Christopher ainda vai falar.

Ele continua:
-Minha inspiração é claro, foi minha esposa, sem ela eu não teria nem um começo, sem ela eu não teria nada desta historia, foi ela que me inspirou para escrever. Muito obrigado.

A onda de palmas parece ainda mais alta agora que com certeza Christopher parou de falar, Christopher segue até o final do palco e sai da cena.

Fãs invadiram os camarins e tudo está cheio de gente até a saída, 3 seguranças asseguram que Christopher chegue até seu carro em segurança. 

Na volta para sua casa Christopher resolve comprar um buque de flores para sua mulher, ele compra um grande buque de rosas vermelhas, algo lhe dizia que seria apropriado pegar as rosas mais velhas, então ele pegou o buque e colocou no carro.

Christopher estaciona o carro, corre ate a porta com o buque e destranca a porta para entrar,ele chuta de leve a porta atrás dele, o suficiente para que ela bata e feche.

Coloca as chaves na pequena estante do corredor e anda até o final do mesmo, chuta o tapete que revela uma pequena porta de metal grosso.

Christopher puxa a corrente presa na porta para que ela abra, desce pelas escadas de metal que fazem barulho e ecoam alto.

E no canto do quarto estava ela, o que um dia era uma bela moça morena de olhos cor de mel e que emanava vida por todos os lugares que passava, estava presa por correntes nos pulsos e resumida a pele e ossos praticamente, torturada das piores formas possíveis por um maníaco que a chamava de esposa, uma pobre vitima de um psicótico insano... Jogada em um canto, a pobre mulher estava destruída, presa naquele alçapão por sabe-se lá quanto tempo.

Seu corpo nu mostrava marcas de cinto, de facas, queimaduras de cigarro e coisas ainda piores.

Seus olhos de mel que um dia jorravam alegria, agora são sufocados por um preto opaco de morte e agonia.

Christopher se aproxima da pobre mulher que ainda vive de alguma forma e deixa o buque ao seu lado.
-Obrigado meu amor, se não fosse por você eu não teria conseguido!

Christopher quase gritava em seu entusiasmo exorbitante e risadas enquanto sua prisioneira voltava a tentar chorar de dor e desespero e tentava gritar algo. 

-Já disse que deveria parar de tentar gritar ou falar qualquer coisa meu amor, você ainda não entendeu ? apenas fique quieta,sim? obrigado. 

E com as palavras de Christopher a mulher apenas se agitava mais e mais.
-Sabe meu amor...um escritor nunca pode baixar a guarda, tenho que começar uma nova historia, por favor não me espere acordada, eu volto logo com uma nova “inspiração” para escrevermos uma nova historia, e mais uma coisa amor, sua linguá estava deliciosa no jantar de ontem, agradeço. 

Christopher sai pela mesma escada barulhenta em que desceu, a porta bate quando ele sai e tudo que sobra naquele quarto são os sons que deveriam ser...os sons do choro de alguém.

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