segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Balas e chicletes

Nascemos na mesma cidade,
Moramos no mesmo bairro, mesmo sem nos ver.
Pegamos o mesmo avião,
E durante a viagem, um de frente para o outro.

Eu estava com um saco de pequenas balas que se acabavam em pequenas mordidas e então sumiam, enquanto você mascava o que achava ser um chiclete infinito, porém, tão finito quanto minhas pequenas balas.

Enquanto desciamos do trem você cuspiu seu chiclete na primeira lixeira que viu e eu derrubei minhas balas no chão,essas correram para direções opostas e eu nunca mais vi nenhuma.

Você me olhou assim que caíram,
Eu te olhei nos olhos assim que cuspiu o chiclete, parecia ensaiado.

Demos as mãos e subimos pelas escadas para o próximo andar daquele arranha céu.

Não sei o destino das balas ou do chiclete, mas nós subimos eternamente até o topo, que parecia nunca chegar e que nunca queríamos que chegasse...

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